Elogie pelo menos 3 pessoas por dia. Sempre li muito, especialmente aqueles livros voltados para os relacionamentos. Não sei por que. Acho que por causa do meu temperamento, do meu interesse pelas pessoas, mas, sobretudo, por causa da minha sede por entender a mim mesma, as minhas próprias idiossincrasias, a fim de aprender a lidar com o mundo dos outros e suas idiossincrasias. Além do mais, nunca gostei de maus relacionamentos, e é só a gente tirar um pouquinho os olhos do próprio umbigo, pra perceber que eles existem, estão ao nosso redor, como folhas secas duma árvore.
Todos, absolutamente todos os livros que li atribuem ao elogio a razão de fazer grande número de pessoas felizes e satisfeitas dentro de seus relacionamentos, quaisquer que sejam eles. A mãe que louva algo bom que o filho fez, o marido que aprecia verbalmente os esforços da esposa, o filho que deixa escapar algo maravilhoso que encontra em sua mãe, o irmão que expressa alegria pelas peripécias do outro, o chefe que enaltece o trabalho de um funcionário... todos esses são como agentes dos Correios levando boas notícias a quem muito esperava por elas!
Uma autora que gosto muito, define o elogio como sendo a arte de "reconhecer as virtudes e os esforços dos outros, assim como gostaríamos que fizessem conosco". Débora Martins, jornalista, consultora, palestrante e especialista em gerenciamento entre empresas e clientes, diz assim: "Pode parecer bobagem, mas o elogio tem um poder beneficamente transformador". Sugere ainda: "Elogie diariamente. Sempre que observar uma atitude que esteja em conformidade com o que você espera de sua equipe, não perca tempo. Elogie!" E conclui: "Elogio também vicia".
Já Gary Smalley, autor de livros como "Que bom se ele soubesse!" e "Ela Precisa Saber", tem duas expressões que anotei especialmente: "A admiração é para o homem o que o romance é para a mulher", e ainda, "a gratidão expressa através do elogio é uma das maiores motivações para os homens".
Recentemente, aprendi algo interessante no blog de Filipe Cantarino, advogado e bacharel em Teologia. Ciente de que o ser humano tem o costume de fazer muito uso da "antropologia punitiva", que apregoa que se o homem errou, não merece elogio, ele procura dirigir nossos olhos para o fato de que Deus não usa o mesmo método, mas pensa da seguinte forma: "O homem errou, mas Eu não vou dar o que ele de fato merece". Assim, Filipe raciocina que elogiar é o ato de exercer misericórdia para com uma pessoa que possui talentos, além de uma forma de reconhecer a criatividade de Deus agindo no ser humano. Não é fantástico? Elogiar sinceramente é um modo de louvar a Deus por algo bom que Ele fez! Aliás, se você ler Hebreus 11, perceberá que o próprio Deus tece uma ampla rede de elogios endereçados a uma porção de gente. Leia lá!
Nancy Van Pelt, em seu livro "Felizes no Amor" (que recomendo a todo mundo, por sinal), cita um poema louco de lindo, cujo autor é desconhecido, e é com ele que termino o post de hoje, desejando que você e eu entendamos o poder que o elogio tem na vida das pessoas; e desejando, acima de tudo, que você elogie não apenas 3 pessoas por dia, mas tantas quantas encontrar pelos caminhos do cotidiano, desde que façam algo digno de louvor, e desde que você esteja sendo absolutamente sincero. Aí vai:
"Se te agrada algum trabalho
que vês alguém fazer,
E se tiver o privilégio
de teu amor receber,
Dá-lhe logo teu apreço,
não te quedes no silêncio;
Pois depois que a morte fria
o levar para o descanso,
tuas lágrimas, teus gemidos,
ali jamais serão ouvidos.
Se elogios ele merece,
agora é o tempo de os fazer
Porque na lápide escritos,
jamais os poderá ler."